Cáceres, 29 de janeiro de 2025 - 15:55

Rio Paraguai sobe 36 centímetros em 2 horas em Cáceres

Rio Paraguai sobe 36 centímetros em 2 horas em Cáceres

 O Rio Paraguai em Cáceres à 210 quilômetros Oeste de Cuiabá, vem registrando um volume impressionante nos últimos dias. Somente Nas 24 horas entre terça (21.01) e nesta quarta feira (22.01), elevou em 36 centímetros atingindo a 4, 28 metros. Já nesta quinta-feira, 23, o Rio Paraguai, subiu 12 centímetros, atingindo 4, 52 metros na régua em Cáceres.

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 Comparando com janeiro do ano passado, o Paraguai teve seu maior nível de 2,76 metros em todo decorrer daquele mês, a projeção é que nos próximos dias, a calha navegável supere dobrando essa marca do ano anterior.

 Com a elevação das águas fez ressurgir um fenômeno natural à descida dos camalotes que são plantas aquáticas tais como aguapés, capins, orelha onça entre outras, que com a força das águas desprendem partes das raízes descendo segundo o curso do Paraguai e o Pantanal, atraindo a atenção de várias pessoas.

 Gravações em vídeos em trechos como o Cais de Cáceres até a Ponte Marechal Rondon, nota um extenso cordão verde na superfície da água que sincroniza formando um verdadeiro “balé aquático” rumando ao sul.

 Especialistas recomendam toda cautela aos aquaviarios, visto que essa vegetação transporta insetos e principalmente cobras peçonhentas no seu bojo.

 Outra recomendação se refere à segurança das lanchas que devem evitar o contato com esses “balseiros”, que podem esconder na parte submersa galhos e até árvores.

 “O remendado é observar, fotografar, mas evitar ao máximo o contato, independentemente do tamanho vegetação que flutua” , observa o capitão Magno Luís de Moura, que é o agente responsável pela Marinha do Brasil no município.

 A TAPAGEM

 Esses mesmos camalotes flutuantes foram empregados durante a Guerra do Paraguai ( 1864-1870), quando o ditador Francisco Solano Lopes, enviou uma Flotilha Naval da Armada Paraguaia para tomar Vila Maria do Paraguai, atual Cáceres, os moradores sem forças para fazer frente ao Exército de Solano Lopez, ampliaram o volume de aguapés à foices e facões até entupir à Baía de Uberada à 300 quilômetros de Cáceres, impedindo a subida dos navios paraguaios. Além dessa estratégia, os pantaneiros “pelaram” um Morro, inteiro que batizaram de Morro Pelado até os dias atuais.

 O segundo oficial na escala hierárquica de Solano Lopez, Vicente Barrios, se sentiu traído pelos dois índios Guatós, então sem conseguir transpor a barreira aquática, optou por sacrificar os dois indígenas, decepando as suas orelhas, salgando as e informando ao ditador. No lugar Baía da Gaíva igualmente entupida por vegetações aquáticas.

 O Império Português, criou um Destacamento Militar, prestando referência aos dois Guatós, onde até hoje se chama “Destacamento Militar de Porto Índio”. Enquanto, que a esse feito a cidade deu nome à uma das principais vias públicas da área urbana de Cáceres, a Rua da Tapagem, área comercial bastahte valorizada.

 Fonte: Folha5

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