Cáceres, 7 de outubro de 2024 - 10:23

Pescadores abandonam a pesca para serem guias de turismo em Cáceres

 Nestes últimos dias do outono o frio fez descer à temperatura em Cáceres ( a 210 quilômetros de Cuiabá), mas quando o assunto é a Lei 1363_/23, os debates aquecem os termômetros, seja nas redes sociais ou nos veículos imprensa com prós e contra. 

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 A cidade com cerca de 100 mil habitantes, é o principal destino da maioria dos turistas que exploram a chamada pesca esportiva no estado. 

 No município duas entidades rateiam entre si quase um mil membros alistados como pescadores. 

 É nesse ambiente que entram os principais atores,  os pescadores profissionais,  amadores e artesanais. 

 Numa entrevista à margem  do Rio Paraguai no Bairro Carne Seca quatro pescadores foram unânimes em defender a aprovação da Lei que proíbe o transportes e a comercialização do pescado no estado de Mato Grosso

 Emiliano Pinto de Miranda,  67 anos,  nascido no Pantanal,  revelou que há  cerca de 15 anos,  optou por mudar de profissão de pescador para guia de pesca.

 Aposentado Emiliano relata que os peixes nobres ou não estão- segundo ele- desaparecendo dos rios da bacia do Paraguai. A alternativa foi de migrar para guia de pesca. E, nessa atividade chega à faturar além do provento decorrente da aposentadoria,  entre três ou até quatro salários mínimos atuando de piloteiro para turistas.

 A situação não é  diferente para outro pantaneiro José Rodrigues Leite, 71 anos natural de Cáceres. Ele narra que sua família num total  de 10 irmãos cresceram sobrevivendo exclusivamente da pesca,  porém,  de um certo tempo para  cá, diz José Rodrigues que os cardumes foram  “minguando ” num legítimo  linguajar pantaneiro. A saída que ele e seus parentes vislumbraram foi trocar a atividade passando a atuar como orientadores de turistas brasileiros e estrangeiros que visitam o Pantanal de Cáceres“A minha vida mudou prá melhor,  hoje ganho entre três até quatro salários mínimos trabalhando como guia,  algo que não tinha como pescador quando eu mal conseguia cobrir as despesas do barco, motor,  tralhas, combustíveis,  alimentos”, contabiliza. Rodrigues Leite,  observa ainda os riscos de pescar à noite sob chuva e frio.  Observando  que além de  animais como onças às espreitas, cobras e jacarés.  

 Sérgio Deluque tem 61 anos, é outro que fez a transição de pescador profissional para atuar como guia de turismo. Deluque diz que os poucos pescadores ainda atuando nesse ramo se sustentam por terem aposentadoria,  do contrário não teriam meios de sobrevivência na atividade. Pois de acordo com ele, os cardumes estão ano a ano diminuindo.  Sérgio Deluque,  conta que os turistas que descem o Rio Paraguai tentam em vão comprar peixes dos pescadores e não conseguem mesmo que estes ofertem uma boa quantia em dinheiro por quilo do pescado,   na observação dele,  é uma demonstração de quê os peixes estão escassos,  com sérios riscos de extinção,  inclusive algumas espécies já não são capturadas, se tornaram raros, aponta o guia Deluque

 De nome pomposo Maurício Mendonça com 41 anos,  é o mais jovem entre os entrevistados. Natural de Cáceres  confessa que já atuou como pescador profissional por uma certa temporada, posteriormente foi contratado para trabalhar no quadro de taifa * linguagem de marinheiro sinônimo de profissionais que exercem funções em navios: de garçons, cozinha e copa. E, essa foi janela para ” Mau Mau” apelido dele,  zarpar para à condição de guia de pesca, onde fundeou o ferro (poita), e segue até os dias atuais trabalhando nessa área,  de acordo como ele, consegue lucrar mensalmente até três salários mínimos, na sua nova atividade, algo dificilmente conseguiria como pescador, compara. 

 Na cidade que concentra mais de 20 Chalanas Hotéis às discussões em torno da Lei 1363/23, seguem em todos os setores. 

 A cidade de Cáceres,  tem recepcionado grupos de pesca esportiva de todo país, recentemente à pescaria esportiva rendeu a piloteira Lilian Alves da Luz, que possue um rancho na margem direita do Rio Paraguai abaixo do setor urbano, ganhou um presentão ,um  barco e motor 60 hp,  de uma empresária do sudeste brasileiro,  que ficou encantada com a desenvoltura de Lilian. E,  num gesto de gratidão decidiu presentear a guia pantaneira. 

 A reportagem tentou um contato com Lilian,  sem êxito. 

 Em Cáceres à Colonia Z2 e a Associação de Pescadores de Cáceres Apec, representam à categoria.

 Reprodução: Portal Mato Grosso/João Arruda

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