Cáceres, 27 de novembro de 2024 - 20:40

Perdi tudo em poucas horas, diz mãe cacerense atingida por alagamento

 Beatriz Mendes é mãe de cinco filhos e é uma das 7 mil pessoas atingidas em desastre.

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 A forte chuva que atingiu Cáceres deixou oito bairros alagados e um rastro de destruição, com famílias inteiras desabrigadas. A família de Beatriz Mendes, mãe de cinco filhos, é uma delas. “Perdi tudo. Minhas coisinhas que demorei uma vida toda para conquistar, perdi em poucas horas”, desabafou.

 A doméstica de 37 anos contou que não estava em casa no momento da chuva, mas foi avisada pela sua filha de 18 anos e correu até a residência. Ao chegar no local, encontrou tudo alagado.

 “Só via água, muita água suja, tudo boiando, meus móveis boiando, a água na rua cobria parte dos carros. Perdi geladeira, fogão, colchão, sofá, roupas, mantimentos, tudo”, relatou.

 Diante da situação, Beatriz e sua família tiveram que ir dormir na casa da irmã dela. Ela contou que mora no bairro há mais de 10 anos e nunca tinha passado por isso. Também relatou que a rua onde mora já chegou a alagar em outros temporais, mas que nunca tinha sido nessa gravidade, chegando a entrar nas casas. A doméstica ainda não sabe como será para voltar para casa e como vai reconstruir tudo.

 “Ainda não sei, vou limpar lá e ver o que vou fazer, vamos ter que recomeçar”, desabafou.

 A chuva deste sábado (10) começou por volta das 18h e durou até às 20h. Segundo a Prefeitura de Cáceres, foram cerca de 150 milímetros, considerado temporal

 Os bairros mais atingidos foram Espírito Santo, Cohab Velha, Cavalhada I, II, e III, Vila Nova, Santa Cruz, Betel e Maracananzinho. Cerca de 30 famílias ficaram desabrigadas e sem ter para onde ir, sendo levadas para a Escola Técnica Estadual “Professor Adriano Silva”, que está servindo como ponto de apoio para os desabrigados.

 A chuva

 Vídeos gravados por moradores mostram casas alagadas, móveis cobertos de água e carros parados nas ruas alagadas.

 O coordenador da Defesa Civil de Cáceres, Cristiano de Barros, informou que o Córrego do Sangradouro, que tem 30 km de extensão e corta a cidade, não comportou a água da chuva que caiu por volta na noite de ontem e transbordou.

 “Houve uma tromba dágua e na linha dessa tromba os bairros ficaram alagados. Ficamos a noite toda fazendo o resgate das famílias, estamos nos reunindo com Marinha, Exército, Corpo de Bombeiros, para traçar ubm plano de contingência de emergência”, explicou.

 O prefeito em exercício, Odenilson José da Silva, informou que a Secretaria de Obras está fazendo a desobstrução dos pontos mais críticos, para aumentar a vazão e drenar os bairros.

 O prefeito decretou, neste domingo (11), situação de emergência e calamidade pública no Município. O documento autoriza a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação da Defesa Civil do Município e a convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre. Fica autorizado também o início de processos de desapropriação de propriedades particulares comprovadamente localizadas em áreas de risco intensificado de desastre.

 Sempre que possível essas propriedades serão trocadas por outras situadas em áreas seguras e o processo de desmontagem e de reconstrução das edificações, em locais seguros, será apoiado pela comunidade.

 O decreto também prevê dispensa de licitação para contratos de serviços para as ações de resposta ao desastre e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos, contados a partir da caracterização do desastre, vedada a prorrogação dos contratos.

 Reprodução: RDNEWS

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