Justiça muda de presídio mulher trans do CV que sofre “assédio” em MT

 Mulher irá troca cadeia em Sinop por VG

 O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, autorizou a mudança de presídio da mulher trans Roberta Pereira de Lima, suspeita de participar do sequestro e tortura de três pessoas vítimas do “Comando Vermelho” na região de Juína (750 Km de Cuiabá). Em decisão publicada na última terça-feira (16), o juiz revelou que a suspeita, cujo nome de batismo é Robson Pereira de Lima, vinha sofrendo “assédio” na cadeia, e que se automutilava para evitar a aproximação de detentos.

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 Ela se encontra presa em Sinop (501 Km de Cuiabá), mas possui família em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, onde será transferida para a penitenciária Ahmenon Lemos Dantas. “Conforme comprovado nos autos por parte da defesa, vê-se que a ré recorria à automutilação para se distanciar dos demais presos em sua cela, com o intuito de cessar eventuais assédios por parte destes. Desse modo, é de total compreensão deste juízo de que a incolumidade física da increpada deve ser resguardada e a sua transferência para local adequado merece provimento”, avaliou Jean Garcia de Freitas Bezerra.

 Na mesma decisão, o magistrado negou as revogações das prisões de Roberta Pereira Lima e também de outros quatro suspeitos – Mario Henrique Carvalho de Lima, Gustavo Alves Gomes, Alisson Rodrigues da Costa e Alex da Silva Costa. O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra explicou que a quadrilha foi presa pela prática de crimes que incluem os chamdos “salves” (tortura) a alvos do Comando Vermelho.

 “Os réus, apontados como integrantes da organização criminosa Comando Vermelho, teriam desferido golpes com pedaços de madeira e capacete por diversas vezes e em várias partes do corpo das vítimas. Verifica-se, desse modo, que a gravidade concreta dos delitos avança para além da inerente aos tipos penais. Cuida-se de pluralidade de faccionados que invadiram a residência das vítimas, levaram-nas a local afastado e submeteram-nas a intenso castigo físico”, diz trecho das investigações, rerpoduzidos pelo juiz em sua decisão.

 Segundo investigações da Polícia Judiciária Civil (PJC), oito pessoas ao todos foram presas, entre elas uma adolescente, no último dia 2 de janeiro, pelos crimes de sequestro e tortura contra três vítimas. A PJC revela ainda que encontrou com os suspeitos durante as prisões 30 porções de drogas prontas para serem vendidas.

 Reprodução: FolhaMax