Homenageado pelo CV atuava no Rio e veio a MT para frear crescimento do PCC

 Além de alertar os órgãos de Segurança Pública, a homenagem dos integrantes do Comando Vermelho (CVMT) a Rudiney Rodrigues dos Santos, o Pinguim, na noite de terça-feira (24), demonstrou a representatividade que o criminoso exercia na organização até no “Quartel General” da facção, localizado no Rio de Janeiro (RJ). A influência do “juiz”, no grupo criminoso, era tamanha que ele era o responsável por fazer a distribuição de armas nas favelas cariocas e veio para Mato Grosso para frear o crescimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas áreas de fronteiras.

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 Pinguim, que era considerado o “conselheiro final” do grupo criminoso, morreu no Pronto Socorro Várzea Grande (PSVG).

 Ele estava preso na Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, conhecida como Mata Grande, em Rondonópolis (a 216 km de Cuiabá), mas fugiu na sexta-feira (20).

 Antes de ser preso, ele atuava na Capital carioca mas, em junho do ano passado, foi convocado para atuar no controle do tráfico de drogas na fronteira do Brasil com a Bolívia para impedir o crescimento da facção rival nas regiões de fronteira. O comando nessas regiões é considerado crucial para expandir entorpecentes para países vizinhos.

 “Pinguim” seria o responsável por avaliar fatos, analisar reivindicações, averiguar algum desentendimento entre os “irmãos”. Era ele também quem mantinha a ordem e disciplina entre os “irmãos” – na Penitenciaria Central do Estado (PCE). No Rio de Janeiro, cabia a ele supostamente fazer entregas de armamentos nas favelas. Ele também era responsável por recepcionar outros integrantes do CV foragidos da justiça do estado no Rio.

 E em uma dessas missões, Pinguim precisou vir a Mato Grosso. Entretanto, ele foi interceptado próximo a Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá) por uma força-tarefa. Ele estava em um veículo Honda Civic prata. Durante a abordagem, homem apresentou documento falso. Ele estava se transferindo para a Bolívia onde seria representante do CV no país.

 Pinguim estava com a esposa e não esboçou nenhuma reação. Ao ser abordado, ele apresentou documento falso aos policiais, oportunidade em que lhe foi dada voz de prisão em flagrante.

 O investigado também possuía contra ele mandados de prisão preventiva em aberto, um expedido pela 2ª Vara Criminal da comarca de Cuiabá e outro pela Vara Criminal da Comarca de Barra do Garças (550 km da Capital), pela prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo

 Morte e foguetório 

 De acordo com as informações da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Pinguim teria fraturado as costelas ao pular o muro da unidade. A princípio, ele procurou atendimento em uma unidade de saúde ainda em Rondonópolis, mas fugiu do local. No PSVG, ele não resistiu e morreu.

 Após a morte, os criminosos que pertencem ao grupo criminoso começaram a fazer diversas homenagens a Pinguim por meio das redes sociais.

 Além disso, os membros do grupo criminoso decidiram que às 21 horas iriam realizar foguetórios nos principais bairros de Cuiabá e Várzea Grande e nas grandes cidades do interior. Em um dos locais, moradores relataram que houve tiros.

 “E por essa grande perda em nossa família, o nosso vice-presidente, nos informa através deste a todos da região sul, norte, leste, oeste de MT que as 21: 00 de hoje simultaneamente que todos façam um minuto de silêncio e uma queima de fogos em todo cidade MT e quebradas aqui na Capital, por respeito e memória do nosso nobre irmão Rudney vulgo motoqueiro e que Deus coloque ele em um bom lugar assim seja”, diz trecho de uma mensagem que foi disparada nas redes sociais e que está sendo atribuída aos integrantes do grupo criminoso.