Cáceres, 29 de novembro de 2024 - 07:42

Famílias de Cáceres denunciam sumiço de jovens que estariam mortos em Cuiabá

 Mais duas famílias vítimas do Tribunal do Crime, da facção Comando Vermelho (CV), pedem a “devolução” dos corpos de dois jovens sequestrados no último final de semana em Cuiabá. As famílias receberam, no último domingo (5), as fotos de Allison Caciano Chaves de Souza e Daniel Ferreira da Silva, ambos de 22 anos, amarrados, em uma região de mata.

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 O último contato de Allison com a mãe, Evely Catarina Chaves de Souza, 38, foi na noite de sexta-feira (3), quando o jovem ainda estava trabalhando na cozinha de um restaurante, no Jardim Imperial. A mãe recebeu um coração de resposta. Depois disso, a partir da manhã de sábado, as mensagens silenciaram e as ligações caiam na caixa postal do celular.

 O único ponto em comum dos dois rapazes seria o fato de ambos terem famílias em Cáceres (225 km a oeste), onde residiram antes de vir para Cuiabá. Segundo Evely, o filho trabalhava em um restaurante à noite e pretendia trabalhar em outro na hora do almoço.

 Queria melhorar de vida para trazer a mãe para morar na Capital. Já no caso de Daniel, o irmão Gabriel Ferreira da Silva diz que ele trabalhava como serviços gerais em uma empresa transportadora, no Distrito Industrial de Cuiabá, onde estava morando.

 Estava na cidade há cerca de seis meses, depois de trabalhar um tempo em Sapezal. Mas Daniel nunca mencionou que vinha sendo ameaçado por facções. Segundo o irmão, ele não tinha envolvimento com drogas.

 Quanto a uma possível amizade entre os dois, Gabriel assegura que não tinha conhecimento do fato, mesma situação apresentada pela mãe de Allison. As famílias só se conheceram depois de receberem as fotos dos dois jovens, juntos, em um mesmo local e amarrados, por membros da facção que passaram a propagar as imagens pelo Whatsapp.

 Evely está em Cuiabá desde domingo, depois que não conseguiu falar com o filho e foi informada pelo proprietário da quitinete que ele mora que Allison estava sumido desde a sexta-feira.

 Ele deixou o restaurante por volta das 23h30 com duas garrafas de energético. Disse aos colegas que iria beber com um amigo. “Eu só quero que devolvam meu filho. Se não for vivo, que me devolvam o corpo para eu sepultar”.

 Evely diz que não vai lutar por justiça, pois não acredita que os criminosos sejam punidos. Acredita somente na justiça de Deus. Na segunda-feira (6), equipes da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) fizeram buscas no bairro Osmar Cabral, em uma área apontada como cemitério do CV, onde possivelmente os dois corpos possam estar.

 Reprodução: Folha Max

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