O artista acabou abandonado um show no ano passado por conta da pressão dos faccionados
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Integrantes do Comando Vermelho compraram bares e casas de festas em Cuiabá e uma das determinações feitas pela facção é que não fossem permitidas apresentações do cantor nacional MC Daniel. O motivo seria porque o artista é de São Paulo, onde a facção rival, Primeiro Comando da Capital, tem domínio. A informação foi revelada pelo delegado da Polícia Federal Antônio Flávio Rocha, em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (05), data em que foi deflagrada a Operação Ragnatela.
A ação teve objetivo de desarticular o núcleo da maior facção do estado de Mato Grosso, o Comando Vermelho, responsável por lavagem de dinheiro em casas noturnas cuiabanas.
Em dezembro de 2023, um integrante desse esquema trouxe MC Daniel a Cuiabá e foi punido pelo grupo com a pena de ficar sem realizar shows e frequentar casas noturnas pelo período de dois anos.
“Um dos casos que aconteceu durante o curso das investigações, foi que um cantor nacional foi proibido de realizar seu show por integrantes do Comando Vermelho. Na ocasião, o contratante do show que é um assessor parlamentar foi punido, e está proibido de participar da organização de qualquer evento da facção”, explicou o delegado.
À época, MC Daniel chegou a deixar o palco devido às vaias e os xingamentos vindo do público.
Lavagem de dinheiro
Segundo o delegado, a organização criminosa adquiriu diversas casas noturnas para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Uma das casas foi comprada por R$ 800 mil em dinheiro.
Participação de vereador
O vereador Paulo Henrique (PV) foi alvo de um mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Ragnatela. Segundo apurou a reportagem, todos os funcionários do seu gabinete também foram alvo da polícia. O parlamentar, que tinha direito a acompanhamento jurídico da Câmara, optou por não acionar a Procuradoria-Geral do Parlamento municipal.
Segundo as primeiras informações divulgadas, o vereador ajudava a conseguir licenças por meio de fiscais da Prefeitura da Capital, atuando para beneficiar o grupo do Comando Vermelho. Ele ajudava a casa de shows comandada pela facção e em retorno recebia benefícios financeiros. Um policial penal também estaria envolvido no esquema.
Reprodução: Repórter MT
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