Cáceres, 1 de fevereiro de 2025 - 00:48

Cáceres adota plano de humanização do parto para evitar violência obstétrica

Cáceres adota plano de humanização do parto para evitar violência obstétrica

 O município de Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá) adotou o plano municipal de humanização do parto, na última segunda-feira (10). A intenção é evitar que a violência obstétrica ocorra em atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), assim como garantir assistência à saúde materna e do bebê.

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 A lei foi assinada pela prefeita Eliene Liberato. Outros municípios de Mato Grosso, como Juara, Várzea Grande e Rondonópolis, também sancionaram a lei. A violência obstétrica ganhou repercussão nacional após o caso da influencer Shantal Verdelho, que denunciou a relação abusiva contra o médico Renato Kalil.

 Segundo a famosa, Renato Kalil chegou a sugerir que ela fizesse o “ponto do marido”, um procedimento em que a vagina é costurada para deixá-la mais estreita, “a fim de proporcionar mais prazer ao companheiro”.

 De acordo com o plano municipal, o termo “humanização” diz respeito ao compromisso de autonomia e protagonismo dos sujeitos e de corresponsabilidade entre os profissionais de saúde e a gestante – ou seja, a parturiente pode ter autonomia sobre o seu próprio corpo.

 Isso inclui garantir a gestante o direito de optar pelos procedimentos que lhe proporcionem conforto e bem-estar, assim como administração de substâncias analgésicas e anestésicas.

 “O Plano Municipal visa desenvolver ações de promoção, prevenção e assistência à saúde de gestantes e recém-nascidos, promovendo a ampliação do acesso a essas ações, o incremento da qualidade da assistência obstétrica e neonatal, bem como sua organização e regulação para mobilizar e disseminar a importância da humanização da assistência ao parto e nascimento”, explica trecho.

 O procedimento deve seguir as orientações da Organização Mundial de Sáude (OMS), especialmente o Manual de Boas Práticas de Atenção ao Parto e Nascimento.

Cáceres adota plano de humanização do parto para evitar violência obstétrica
Cáceres adota plano de humanização do parto para evitar violência obstétrica.

 “Respeitar os desenvolvimentos fisiológico e psicológico da gestação, do parto e nascimento e do puerpério, vetados os procedimentos desnecessários ou proscritos e dando-se a preferência pela utilização dos métodos menos invasivos e mais naturais”, orienta.

 Fica também a critério da gestante a presença de um acompanhante de livre escolha, o local, posição e uso de  intervenções na hora do parto.

 Violência obstétrica

 A violência obstétrica é um tipo de violência contra a mulher, praticada pelos profissionais da saúde, que se caracteriza pelo desrespeito, abusos e maus-tratos durante a gestação e/ou no momento do parto, seja de forma psicológica ou física.

 Segundo o plano municipal, é tratado com ofensa verbal ou física tratar a parturiente de forma agressiva, não empática, grosseira, zombeteira, ou de qualquer outra forma que a faça sentir-se mal pelo tratamento recebido.

 “Fazer graça ou recriminar a parturiente por qualquer comportamento, como gritar, chorar, ter medo, vergonha ou dúvidas; fazer graça ou recriminar a mulher por qualquer característica ou ato físico como, por exemplo, obesidade, pelos, estrias, evacuação e outros”, lista o plano.

 Assim como no caso da influencer, é proibido também realizar a episiotomia, quando esse procedimento não é realmente imprescindível. A episiotomia é uma incisão efetuada na região do períneo – entre o ânus e a vagina – para facilitar a passagem do bebê.

 Outra observação no plano é fazer a gestante acreditar que precisa de uma cesariana, quando esta não se faz necessária. Fica proibido também manter algemadas as detentas em trabalho de parto.

 Matéria retirada do portal de notícias GAZETA DIGITAL. Para acessar a matéria clique aqui.

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