Cáceres, 24 de novembro de 2024 - 08:08

Tribunal do Júri condena autor de chacina de Sinop a 136 anos de cadeia em regime fechado

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 Ele foi julgado pelo Tribunal do Júri, realizado nesta terça-feira (15). O crime foi cometido após o assassino perder diversas partidas de sinuca para uma das vítimas, em fevereiro de 2023.

 O réu Edgar Ricardo de Oliveira, que matou sete pessoas dentro de um bar em Sinop (a 497 km de Cuiabá), em fevereiro de 2023, foi condenado a 136 anos, 3 meses e 20 dias de prisão em regime fechado, na noite desta terça-feira (15), durante o julgamento feito pelo Tribunal do Júri no Fórum Criminal de Sinop. Além da pena, o autor da chacina também deverá indenizar as famílias das vítimas em um valor mínimo de R$ 200 mil a ser dividido igualmente entre as famílias.

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 O crime foi cometido após o assassino perder diversas partidas de sinuca para uma das vítimas.

 A princípio, Edgar já deverá iniciar o cumprimento da pena na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. A decisão do júri foi anunciada pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal da Comarca, que conduziu a sessão de julgamento.

 Durante o depoimento, o réu alegou que cometeu o crime porque foi zombado pelas pessoas do bar após perder as partidas, além de já estar irritado com Maciel Bruno, dono do bar, que também foi morto e que estaria planejando um roubo contra ele.

O defensor de Edgar também pediu aos jurados que não levassem em consideração os crimes de roubo e de furto, que ele atribuiu ao comparsa Ezequias Souza Ribeiro, que morreu em confronto com a polícia e, de acordo com o advogado, tinha passagens criminais com esses tipos penais, ao contrário do seu cliente.

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Julgamento foi realizado nesta terça-feira (15) no Fórum Criminal de Sinop (a 497 km de Cuiabá).

 A defesa também pediu à juíza que, no processo de dosimetria, levasse em consideração a confissão do réu e o princípio do crime continudado, que o livraria de um agravante por ter matado uma pessoa menor de 14 anos. Por fim, afirmou que a transmissão do julgamento pelo YouTube poderá resultar em posterior nulidade do Tribunal do Júri, porque as testemunhas puderam assistir o que as demais afirmaram em juízo, contrariando o que prevê o artigo 210 do Código de Processo Penal, que trata da incomunicabilidade das testemunhas.

 Para destacar a brutalidade do ato, o promotor do Ministério Público mostrou pausadamente os vídeos das câmeras de segurança que revelam o momento em que Edgar atirou contra as vítimas. Ele ainda mostrou os laudos periciais de todos os mortos para mostrar que ele agiu de forma cruel, atirando praticamente à queima-roupa, sem oferecer nenhum tipo de defesa as vítimas.

 Além disso, o depoimento do próprio Edgar foi usado contra ele, pois o criminoso disse que “ninguém morre de graça” durante o julgamento. Para o promotor, essa frase mostra a frieza do autor do crime, que não se importa com o ato criminoso.

 Por fim, Edgar chegou a dizer que uma das vítimas só morreu porque se levantou. “Era para todos ficarem sentados, não era pra todo mundo morrer”.

Detalhes

 O delegado Wison Cândido de Souza disse, durante o julgamento, que Edgar agiu de forma premeditada. Ele explica que as investigações revelaram que, pela manhã, no dia do crime, Edgar havia perdido cerca de R$ 4 mil em um jogo e foi embora. Já pela tarde, ele voltou junto de Ezequias, para novas partidas.

 Após perder uma grande quantia em dinheiro, ele vai novamente embora e, ao voltar poucos minutos depois, o delegado acredita que ele estava totalmente decidido em cometer os assassinatos.

 “Tem um trecho do vídeo que mostra que o Edgar tem a chance de ganhar a partida e erra uma bola fácil, com isso ele perde todo dinheiro. Em seguida, ele já sai rapidamente e depois volta armado e começa a dar início à barbárie”, explicou.

 A autoridade policial ainda contou que após ter sido preso, dois dias depois do crime, o réu xingou as vítimas de “vagabundas” e disse e que todos eram farinha do mesmo saco e “mereciam morrer”.

 “Assim que foi pego, ele falou que todos aqueles que ele matou não valiam nada e que todos eram farinha do mesmo saco, todos vagabundos. Só que ele não deu uma explicação com quem que ele tinha problema, qual era o problema. Ele simplesmente só falou que todos eram vagabundos e que mereciam”, disse o delegado.

Relembre o crime

 O crime aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2023, quando Edgar e seu cúmplice, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, perderam duas partidas de sinuca em um bar. Irritado em ter perdido o jogo e o dinheiro, Edgar jogou o taco em cima da mesa e deu sinal para que Ezequias sacasse uma pistola e rendesse às vítimas.

 Nesse momento, o autor da chacina foi até uma caminhonete buscar uma espingarda calibre 12. Em seguida, ele seguiu em direção às vítimas e disparou contra elas. Duas pessoas foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão.

 No vídeo da câmera de segurança do estabelecimento, é possível ver, claramente, que os dois atiradores pedem para que algumas vítimas fiquem viradas para a parede antes de atirarem. Algumas pessoas tentam correr, mas são atingidas fora do bar. Uma delas é uma menina de 12 anos. O pai dela também morreu.

 Fonte: ReporterMT

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