Um estudo de projeção realizado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington (EUA), estima que Mato Grosso deve atingir 10.040 mortes até 30 de abril. O pico da mortalidade deve ocorrer ainda no fim de semana.
A pesquisa aponta que, seguindo o fluxo atual, haverá 11.112 mortes por covid-19 até 1° de julho. Até 7 de abril, o número de óbitos registrado será de 8.234. Em 6 de abril, 107 mortes foram registradas, a projeção aponta que essa média alta deve ser manter pelos próximos dias.
O número de mortes deve começar a descer só em 21 de abril, quando a média deve ficar em 87 óbitos em Mato Grosso.
Os dados da pesquisa foram atualizados no dia 1º de abril e constam projeções do mundo todo. A estimativa para todo o Brasil é que até do fim de abril os número de mortes chegue a 424.733 e, em julho o número chegue a 562. 863. O boletim de 7 de abril apontava que o país tinha perdido 336.947 vidas.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também desenvolve estudo semelhante desde que os primeiros casos foram registrados no estado. Contudo, o balanço divulga apenas o número de casos, embora levantamento feito internamente aponta para dados de mortes semelhantes ao estudo americano.
De acordo com o matemático professor da UFMT, Moises Cecconello, a metodologia usada pelo estudo americano é o mesmo adotado pela universidade, o Seir.
“Não projetamos o número de mortes, porque faltam alguns dados. Não tem tanta transparência e isso prejudica o cálculo e compromete a pesquisa. Por isso fazemos somente o número de casos”, explica o matemático.
O professor explica que os dados de projeção consideram o histórico de contágio até então, aplicado ao modelo Seir que estima o cenário futuro.
De acordo com o matemático, apesar dos cálculos, o resultado vai depender do comportamento das pessoas. Dessa forma, o declínio no número de mortes esperado para o fim do mês, como mostra os dados americanos, deve refletir o fechamento imposto a todo o estado entre o fim de março e começo de abril.
Dados de vacinação nem são considerados, pois são poucas pessoas vacinadas e não impactam, ainda, na redução dos óbitos.
“A partir da próxima semana vamos perceber uma redução do número de infecções e de casos”, destaca o docente.
Conforme a nota técnica divulgada pela UFMT, o número de contaminações diárias deve girar em torno de 2.400 nos próximos dias. Somente em maio a contaminação deve começar a reduzir de forma considerável.
A médica Natasha Slhessarenko esclarece que 80% dos casos são leves ou assintomáticos, mas há aqueles 20% em que há sintomas mais severos e que podem levar à morte. Por isso é importante monitorando esses pacientes, com exames clínicos, taxas de coagulamos e oxigênio.
“Não há estudo médico que fale quando a situação vai melhorar. Mas acredito que foram dias piores foram em março. Já percebemos uma redução em cidades do Rio Grande do Sul, mas ainda é muito cedo. Isso depende muito do comportamento da população de não se aglomerar. Não fazer festa. Isso vai ser crucial na definição dos próximos dias”, explica a médica.
Matéria retirada do site Gazeta Digital. Clique aqui para ver a matéria.
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